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AS MUDANÇAS REVOLUCIONÁRIAS DO EVANGELHO DE JESUS NO SEU TEMPO





O tempo passa e já o calendário se aproxima do inicio da quarta década. A Igreja, como Corpo de Cristo, deve já estar preparada para o futuro. Noutras palavras, por ser um corpo vivo, ela está em continua mudanças. É a marca transformadora da igreja desde seu inicio com o seu fundador, Jesus. Ela não se adaptou a sociedade, mas dava respostas e novas alternativas ao mundo com a sua prática e testemunho de fé. Não eram os dogmas que marcaram a igreja no seu inicio, mas o interesse nas pessoas. Seu foco nunca foi uma instituição humana mas um Corpo Vivo, que representava o Senhor da história. Ela construía a história e a sua expansão se deu pelo ministério de servir o próximo. Isso durou enquanto Corpo de Cristo. A partir da sua aliança com o poder do Estado, tornando-se uma instituição religiosa e braço do Estado, assim se iniciou a sua decadência que deixa marcas até hoje: desejos de poder, status, dinheiro, comércio, fama, etc Assim a Igreja inicia a perda da sua transcendência. Hoje no Brasil, muitas igrejas seguem um caminho adverso daquele iniciado por Jesus e seus apóstolos na incipiente comunidade


A disseminação do cristianismo no primeiro século da Era Comum representou uma das mais significativas transformações culturais, religiosas e sociais na história da humanidade. O Evangelho de Jesus Cristo, emergindo dentro do contexto judaico e se expandindo através do império Greco-Romano, introduziu conceitos revolucionários que desafiaram as normas estabelecidas e promoveram uma nova ordem baseada em valores de amor, igualdade e esperança. Este artigo explora as mudanças fundamentais que o Evangelho trouxe para o mundo judaico, grego e romano, e como essas transformações ajudaram no crescimento da religião cristã durante os primeiros séculos.


### No Mundo Judaico

O cristianismo nasceu no seio do judaísmo, e as primeiras mudanças promovidas pelo Evangelho ocorreram dentro dessa comunidade. Jesus Cristo, um judeu, pregava uma mensagem que, ao mesmo tempo, se enraizava nas tradições judaicas e as transcendia, promovendo uma interpretação mais inclusiva e amorosa da lei mosaica.


1. Universalismo do Amor e da Graça: Enquanto o judaísmo enfatizava a observância da Lei e a pertença étnica como elementos centrais da identidade religiosa, Jesus ensinou que a salvação estava acessível a todos, judeus e gentios, através da fé e do arrependimento. A parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37) e o ensino sobre amar os inimigos (Mateus 5:43-48) ilustram essa universalidade do amor e da graça divina.


2. Relacionamento Pessoal com Deus: Jesus promoveu uma relação pessoal e direta com Deus, Abba, enfatizando a oração sincera e o arrependimento pessoal em detrimento de sacrifícios rituais e mediações sacerdotais. Essa nova abordagem desafiou a autoridade do Templo e dos líderes religiosos, democratizando o acesso ao divino.


### No Mundo Grego

A cultura grega, com sua ênfase na filosofia, na razão e no humanismo, encontrou no cristianismo respostas a algumas de suas mais profundas indagações espirituais e existenciais.


1. Logos e Sabedoria: No prólogo do Evangelho de João, Jesus é identificado com o Logos, um conceito profundamente enraizado na filosofia grega que significava a razão divina ou princípio organizador do universo. Essa identificação facilitou a compreensão e aceitação do cristianismo entre os gregos, apresentando Cristo como a encarnação da verdade e sabedoria divinas.


2. Igualdade e Comunidade: O cristianismo introduziu a ideia de igualdade fundamental entre os seres humanos perante Deus, desafiando as rígidas estratificações sociais da Grécia antiga. Em Gálatas 3:28, Paulo declara: "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus." Essa mensagem de igualdade promoveu uma comunidade inclusiva e solidária, atraente para muitos.


### No Mundo Romano

O Império Romano, com sua vasta extensão territorial e diversidade cultural, ofereceu um terreno fértil para a expansão do cristianismo, mas não sem desafios.

1. Paz e Justiça: O Evangelho promoveu princípios de paz e justiça em um império frequentemente marcado por guerras e opressão. A mensagem cristã de esperança e redenção ressoou entre as camadas mais desfavorecidas da sociedade romana, oferecendo uma alternativa ao fatalismo e à desesperança.


2. Desafio ao Culto Imperial: Ao afirmar que Jesus era Senhor, o cristianismo posicionou-se em oposição direta ao culto imperial romano, que exigia lealdade religiosa ao imperador. Essa afirmação de uma autoridade suprema, que transcende a autoridade terrena, atraiu perseguições, mas também solidificou a identidade e coesão da comunidade cristã. Jesus Cristo é o Senhor, era o slogan da Igreja de Cristo, que ia além de um dogma mas era uma prática que podia conduzir à morte


### Conclusão

A expansão do cristianismo nos primeiros séculos deve-se, em grande parte, à sua capacidade de dialogar com, e ao mesmo tempo desafiar, os valores e estruturas do mundo judaico, grego e romano. O Evangelho de Jesus Cristo introduziu conceitos revolucionários de amor, igualdade, justiça e esperança, que não apenas transformaram indivíduos, mas reconfiguraram as bases da sociedade. Ao transcender fronteiras culturais e religiosas, o cristianismo estabeleceu-se como uma força transformadora, cujo impacto ressoa até os dias atuais.


O desafio para as comunidades contemporâneas já foi lançado. Esse desafio tem perdurado por mais de 20 séculos: revolucione a sua sociedade. "E ai, irmãos, que faremos"?

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